sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

Genocídio do Ruanda

Foi no dia 6 de Abril de 1994, que a humanidade assistiu a um dos maiores horrores de que há memória. No Ruanda, tensões étnicas entre os hutu e os tutsi deram origem à violência e ao vasto derramamento de sangue, em sequência do agravamento de um conflito de décadas.No início da década de 90, o conflito entre as duas tribos (hutu e tutsi) aumentava a cada minuto. Até que a 6 de Abril de 1994, a morte dos Presidentes Juvenal Habyarimana, do Ruanda, e Cyprien Ntaryamira, do Burundi, num inexplicável acidente de avião, quando este se aproximava de Kigali (capital do Ruanda), significou o acender do rastilho de uma guerra civil muito sangrenta.
Os extremistas hutu usaram o acidente como pretexto para chegarem ao poder e tentaram aniquilar a população tutsi e os hutu moderados. Resultado: entre Abril e Julho de 1994, morreram mais de 800 mil pessoas, no maior genocídio que alguma vez aconteceu em África.
O genocídio levou ao êxodo massivo da população tutsi que não tinha outra alternativa senão fugir do país. Calcula-se que mais de dois milhões de ruandeses abandonaram o território, procurando refúgio em países vizinhos e que dentro do país, o deslocados foram mais de 1,5 milhões de pessoas. A guerra civil afectou directamente mais de metade da população ruandesa que tinha cerca de sete milhões de habitantes.
O jornalista da TSF, Emídio Fernando, esteve no Ruanda em Fevereiro de 1996, e contou ao JornalismoPortoNet aquilo que encontrou: “no Ruanda pude presenciar a um êxodo bíblico de pessoas a entrar e sair no país assim que os tutsi chegaram ao poder". Segundo o jornalista, “nessa altura os tutsi tentaram vingar-se do que os hutu lhes fizeram durante o genocídio".
Sem condições sanitárias suficientes, milhões de refugiados ruandeses morreram vítimas de doenças como a cólera e a sida.

Dez anos depois…

Dez anos passaram e a memória do genocídio ainda está bem presente nas mentes de todos os ruandeses, sejam eles hutus ou tutsis. O repórter revela mesmo que as feridas do massacre estão bem presentes: “não conheci uma única pessoa no Ruanda que não tivesse tido um familiar morto à catanada".
O Ruanda é um país traumatizado pela guerra civil, destruído na maior parte das suas infra-estruturas sociais, económicas e políticas que tenta agora recuperar. No entanto, a reconciliação étnica é algo em que Emídio Fernando não acredita. “Os hutus e os tutsi não se misturam e assim é difícil que se consiga estabelecer uma democracia".
Outro problema que afecta a população ruandesa é a Sida. A doença tem-se propagado por todo o continente africano, no entanto, tem tido maior incidência na região dos Grandes Lagos, onde também se encontra a República do Ruanda. “A Sida é um problema muito grave, pois até as classes dirigentes, pessoas que realmente fazem funcionar um país, foram atingidas pela doença. Assim, o futuro de países como o Ruanda encontra-se muito indefinido", disse Emídio Fernando.

Bruno Amorim, 06.04.2004

Fonte: http://jpn.icicom.up.pt/2004/04/06/genocidio_no_ruanda_foi_ha_10_anos.html

Podem visionar a seguir um vídeo com o trailer do filme "Hotel Ruanda", de 2004, dirigido por Terry George e interpretado por Don Cheadle, Nick Nolte, Joaquin Phoenix, Desmond Dube e Sophie Okonedo. O filme é uma co-produção de Itália, Reino Unido e África do Sul, e relata a história real de Paul Rusesabagina, que foi capaz de salvar a vida de 1268 pessoas durante o genocídio de Ruanda em 1994. Logo depois das primeiras exibições, sua história foi imediatamente comparada com a de Oskar Schindler.


O filme será apresentado ao 12ºH, no dia 15 de Dezembro, no auditório da Escola, durante as aulas de Geografia C e História A.

4 comentários:

Anónimo disse...

o genocidio do Ruanda foi algo impressionante. como é que o mesmo povo se confronta de tal maneira?!
Tantas mortes, tantos desalojados, tantas crianças mortas ou orfãs...

este genocidio deu-se devido á distinção entre dois grupos étnicos no Ruanda, que eram, os tutsis e os hutus.
os tutsis passaram a exercer o poder sobre ruanda desde que a bélgica, o seu país colonizador, se tornou independente.

é então que em 1994 acontece o genucido do ruanda, onde tutsis são perseguidos por hutus.

o genocidio também mostra um lado diferente, pois um homem hutu ajudou a salvar cerca de 1270 pessoas tutsi deste genocidio, este homem foi conhecido mundialmente - Paul Rusesabagina.

quanto ao filme visto, achei o filme bastante bom, pois penso que projectou a ideia deste genocidio claramente. em ruanda viveu-se realmente momentos de terror... o problema é que ainda agora existem coisas destas, e ninguém pode/é capaz de tomar uma atitude.

Catarina 12ºH

Cristiana Alves disse...

Tenho a dizer que achei o filme fantástico !

O facto de saber que a situação foi verídica choca e transtorna ainda mais.

A força que aquelas pessoas demonstraram, o espírito de sobrevivencia, a coragem de não desistir perante uma situação terrivel.

Ao mostrar a tremenda destruição do território, as inúmeras mortes, as imensas crianças que ficaram orfãs, a perda de familiares e amigos, e os danos psicológicos sofridos por aquelas pessoas acaba por nos tocar de certa forma, fazendo-nos ver que ás vezes damos tanto valor a coisas fúteis e que diariamente imensas pessoas vivem no limiar da pobreza, rodeadas por guerras, confltios, e outros confrontos.


Emocionei-me bastante ao ver o filme, mas penso que no meio de tanta desgraça acaba por ficar também uma ideia bastante importante, a da esperança !

Cristiana Alves , 12º H

MariaCosta disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
MariaCosta disse...

Gostei bastante deste filme, porque além de evidenciar factos reais, transmite uma mensagem de esperança, não só para a população do Ruanda, como também para outras populações que se encontram neste momento em guerra permanente.
Apesar do genocídio do Ruanda ter sido um acontecimento que causou milhões de mortos inocentes, vemos que a força de vontade de um homem conseguiu salvar não só a sua família, como também um grande número de tutsis.

Aproveitando o comentário, deixo também a sugestão de um filme, que gosto bastante: "A vida é bela" ou no título original: "La Vita es bella", um filme italiano de 1997, que retrata os efeitos da grande guerra, onde o pai (judeu) protege ao maximo o seu filho e família através de um pouco de comédia.
Aqui deixo dois links de trailers deste filme.

http://www.youtube.com/watch?v=fE8qXTsk5Hk

http://www.youtube.com/watch?v=NBfjzzAVjWo&feature=related